A partir de hoje e durante dois dias, o Archi Summit 2017 não será “apenas” o palco do único encontro de arquitetos, engenheiros e designers realizado em Portugal. Será, também, o mote para a maior exposição efémera de cortiça alguma vez feita no mundo, um projeto que envolve cerca de 5 mil blocos de aglomerado de cortiça expandida, um material 100% natural disponibilizado pela Amorim Isolamentos.
Para que tudo ganhasse forma, o gabinete de Manuel Aires Mateus, autor do projeto, bem como os SAMI de Setúbal, co-autores da obra, traçaram um objetivo ambicioso: cobrir 2 mil metros quadrados, precisamente a totalidade da área exterior do Pavilhão de Portugal, com cortiça. Esta área corresponde à conhecida “pala” do Pavilhão de Portugal, uma obra projetada pelo galardoado Álvaro Siza Vieira para a Expo 98.
Manuel Aires Mateus, líder do projeto, destaca que “A cortiça é um material que traz inúmeras vantagens, dado que permite responder a um conjunto de solicitações ao mesmo tempo. É facilmente montável, leve e cria total independência da estrutura que acolhe o projeto.” O autor salienta ainda “Tendo em conta as especificidade do projeto, consideramos que tinha que ser implementada uma sugestão ligeira e efémera. O apoio da Amorim Isolamentos foi importante. É um parceiro com o qual temos contado para este tipo de projetos.“
Inês Vieira da Silva, Arquiteta do estúdio SAMI e co-autora do projeto, afirma “É a primeira vez que trabalhámos com cortiça e foi uma surpresa, nomeadamente o método como o aglomerado de cortiça é produzido, porque é muito natural, não é agressivo para com o ambiente e a utilização dos blocos permitiu criar um espaço adequado ao programa. A aplicação de cortiça foi essencial no método construtivo, permitindo ganhar espessura e peso, sendo simultaneamente estrutura e acabamento, dando um carácter permanente a uma estrutura efémera.“
No total, a intervenção ultrapassa os 760 metros cúbicos de cortiça, o que a torna a maior de sempre feita à escala mundial. O material selecionado para este projeto – a cortiça – reforça a portugalidade do mesmo, que tem uma organização 100% portuguesa (embora acolha visitantes de várias nacionalidades) e decorre num edifício projetado por um dos maiores arquitetos nacionais.
O fornecimento do aglomerado de cortiça expandida foi assegurado Amorim Isolamentos, da Corticeira Amorim. Para este efeito, empresa preparou uma mega-operação logística para viabilizar a preparação e a entrega do material, de acordo com os requisitos da equipa de arquitetos, liderada por Manuel Aires Mateus.
Toda esta dinâmica partiu da organização do Archi Summit 2017 – o único summit de arquitetura em Portugal – e é processada sob a sua alçada. O evento inicia a sua 3.ª edição e decorre no Pavilhão de Portugal a 6 e 7 de julho, marcando o regresso de Álvaro Siza Vieira às conferências, bem como a visita de grandes nomes da arquitetura mundial como, por exemplo, Valério Olgiati.