O desenvolvimento de lançadores reutilizáveis é uma das grandes tendências a que se assiste na indústria aeroespacial. O Spaceshuttle - considerado durante muito tempo o veículo de vanguarda - tem associado custos de manutenção demasiado dispendiosos. No entanto, as evoluções mais recentes, lideradas sobretudo por empresas norte-americanas, como a Blue Origin e a SpaceX, apontam numa outra direção.
O RETALT - Retro Propulsion Assisted Landing Technologies -, projeto do qual a Amorim Cork Composites faz parte, surge neste contexto e visa reduzir o custo da próxima geração de lançadores e de sistemas de transporte, através do recurso a novas tecnologias que permitam a sua reutilização.
O projeto, que une indústria e investigação europeias, envolve importantes empresas europeias no aeroespacial e será diretamente apoiado por fundos da União Europeia. Do consórcio do RETALT fazem parte, além da Amorim Cork Composites (Portugal), a DLR (Alemanha), CFS Engineering (Suíça), Elecnor Deimos (Espanha), MT Aerospace (Alemanha) e a Almatech (Suíça).
A participação da Amorim Cork Composites no projeto apoiará o desenvolvimento de processos de simulação e o dimensionamento estrutural dos componentes de proteção térmica, assim como a respetiva produção. A missão da empresa inclui a criação de uma solução com cortiça que poderá ser aplicável na carenagem do lançador no local, complementando o já existente material de cortiça de proteção térmica: TPS –Thermal Protection System. Prevê-se, neste âmbito, o desenvolvimento de soluções para revestir diferentes sistemas, produzindo vários protótipos em pequena escala.
“A retropropulsão é uma prática no EUA. Contudo, o fenómeno e física por detrás da tecnologia não está completamente estudado. Com informação de alta qualidade, resultado de testes em túnel de vento e protótipos terrestres combinados com simulações numéricas, seremos capazes de compreender os pormenores e dar um grande passo no que é reutilização destes equipamentos na Europa. O know how para uma rápida aplicação da reutilização dos lançadores na Europa, apenas pode surgir de um esforço comum da investigação e da indústria.”
Coordenador RETALT, prof. Ali Gülhan (DLR)