Simplicidade e sustentabilidade foram os conceitos que inspiraram os mentores desta ideia: Matthew Barnett Howland, Dido Milne e Oliver Wilton, da Bartlett School of Architecture. Construída em Berkshire, no Reino Unido, a Cork House tem como objetivo fornecer uma solução inovadora para as complexidades inerentes à construção de casas modernas e foi construída quase inteiramente a partir de um único material natural, sustentável e renovável: a cortiça.
O projeto é verdadeiramente inovador, com paredes monolíticas e tetos apoiados em mísulas, feitos de cortiça sólida e resistente. Concebida como um kit, os seus componentes são pré-fabricados fora do local de construção e montados à mão, no local, sem recurso a argamassa ou cola. Deste modo, os 1268 blocos de aglomerado de cortiça expandida que a compõem podem ser reutilizados, reciclados ou devolvidos à biosfera no fim de vida do edifício.
Depois de concluída, a Cork House é carbono-negativa, facto que, juntamente com o método de construção de baixo impacto, terá com certeza chamado a atenção do júri do Stephen Lawrence Prize, um prémio do RIBA (Royal College of British Architects) que distingue a arquitectura emergente e experimental, com projetos orçamentados em menos de 1 milhão de libras. “A Cork House é uma combinação única de métodos de construção antigos e investigação técnica de ponta para produzir uma solução altamente inovadora, de baixo carbono, com um amplo leque de aplicações, de habitação em grande escala a abrigos de emergência”, afirmou Marco Goldschmied, fundador do Stephen Lawrence Prize.
A Cork House, que foi também uma das 9 finalistas do RIBA Stirling Prize 2019, o mais importante prémio de arquitetura britânico, e finalista do RIBA President’s Awards for Research 2019, que será anunciado a três de Dezembro, utiliza uma versão atualizada de um sistema de construção inovador desenvolvido, desenhado e testado em conjunto pela MPH Architects, The Bartlett School of Architecture UCL, University of Bath, Corticeira Amorim e Ty-Mawr, com a Arup e a BR como subempreiteiros. A pesquisa foi parcialmente financiada pelo Innovate UK e EPSRC no quadro do concurso 2015 Building Whole Life Performance. O processo de I&D incluiu sofisticados testes laboratoriais para avaliar a performance estrutural e penetração de chuva e fogo, com dois protótipos realizados para testar a performance real do sistema de construção.