A cortiça é a casca do sobreiro - Quercus Suber L. - o que significa que é um tecido vegetal 100% natural. As células da cortiça, agrupadas numa estrutura alveolar caraterística em tudo idêntica a uma colmeia, estão preenchidas com uma mistura de gases muito semelhante ao ar, sendo as suas paredes maioritariamente revestidas por suberina (uma espécie de cera natural) e lenhina (uma macrocélula tridimensional de resistência a ataques microbiológicos). Polissacáridos, ceroides e taninos, embora com menos expressão, são outros compostos que encontramos no sistema celular da cortiça.
Cada sobreiro demora 25 anos até poder ser descortiçado pela primeira vez, sendo que apenas a partir do terceiro descortiçamento (aos 43 anos) a cortiça, então denominada «amadia», tem a qualidade exigida para a produção de rolhas. As duas primeiras extrações – cortiça «virgem» e «secundeira» –, assim como a que é retirada da base da árvore, resultam em matéria-prima para isolamento, pavimentos e produtos para áreas tão diversas como a construção, o desporto, a moda, o design, a saúde, a produção de energia ou a indústria aeroespacial.
A extração é feita por profissionais altamente especializados, sempre entre maio e agosto, quando a árvore está numa fase mais ativa do crescimento, o que torna mais fácil descortiçá-la sem ferir o tronco. Mãos experientes, qualificadas e cuidadosas que protegem quer a árvore quer a cortiça. Após o descortiçamento, cada sobreiro é marcado com a numeração do último algarismo do ano em que foi realizada a extração da cortiça.